segunda-feira, 28 de junho de 2010

Novo Extended - análise estratégica

Este novo formato tem sido fascinante de acompanhar. Já existe o boogeyman do formato mas ainda há muito espaço para inovação. Estou, claro, a falar de UGR Tempo, que conta com armas como Bloodbraid Elf (que pode, acidentalmente, fazer Cascade a um Ancestral Visions), Cryptic Command e Punishing Fire + Grove of the Burnwillows. Tem suficiente card-advantage para competir com Control, bastantes ferramentas contra Fadas, tal como Great Sable Stag e Volcanic Fallout e o combo PF + GotB destrói qualquer aggro. Só o facto de usar azul faz com que os decks de combo (Living End e Hive Mind) tremam.

Mas eu penso ter encontrado melhor. E com penso, quero dizer sei; apenas não quero incutir a minha opinião a ninguém. Promovo que testem e não que aceitem sem pensar duas vezes. Não sou pro-player, apenas tenho tempo e paciência para analisar um formato e uma sólida base de teste - com isto, fica implícito que não vou para o MWS fazer jogos aleatoriamente.

Merfolk. Odeio a raça, não gosto do deck de Legacy... mas que são bons, pelo menos durante os próximos três meses, são. Não é apenas pelo raw power do deck, que consegue correr contra praticamente tudo com um par de lords, mas pelo metagame que, mesmo jovem, já começa a ter traços marcados.

Eis a lista a que cheguei:

2 Celestial Colonnade
4 Mutavault
4 Wanderwine Hub
4 Glacial Fortress
8 Island
1 Tectonic Edge

4 Cursecatcher
4 Silvergill Adept
4 Lord of Atlantis
4 Coralhelm Commander
4 Merrow Reejery
4 Merfolk Sovereign

4 Ancestral Vision
4 Spreading Seas
4 Cryptic Command
1 Deprive

Devo explicar as opções.

Como vêem, o deck é azul e branco mas sem cartas brancas em maindeck. Não vou dizer que estou a splashar para Celestial Colonnade, mas era porém legítimo dizê-lo; Merfolk, por vezes, inicia uma attrition war que a Celestial Colonnade quebra por completo. É a segunda melhor arma que Merfolk tem no late-game, a primeira sendo obviamente o Cryptic Command. A base de mana não sofre com o splash - é quase como jogar só de azul - e permite uma panóplia de escolhas para o sideboard. Um último indicador: cheguei a testar UG Merfolk e até UB. Perdiam Wanderwine Hub sem algo tão bom para pôr no lugar deles. O deck acabava por se tornar inconsistente apenas por causa da base de mana, não justificando o uso de Tarmogoyf e Chameleon Colossus, ou Creeping Tar Pit e Thoughtseize (ou até Bitterblossom).

Inicialmente, não jogava com Ancestral Vision. You see, tenho receio de cartas que são maus topdecks. A questão aqui é que o deck precisa de mais uma one-drop e o Cosi's Trickster depende demasiado do adversário. Mais, os jogos que se ganham por ter um Ancestral Vision ao primeiro turno são muito mais dos que os que se perdem por se fazer topdeck ao mesmo. Sem falar no facto de que, com o fluxo de card advantage que o Ancestral Vision fornece, muito mais raramente existem situações em que é necessário o topdeck.

Spreading Seas não serve para "combar" com o Lord of Atlantis, esse é apenas mais um valor, uma pequena interacção que a carta tem. Para já, o Lord of Atlantis dá Islandwalk a maior parte das vezes que é jogado, visto as cartas azuis serem tão boas no formato que as Ilhas andam por toda a parte. Spreading Seas consegue parar man-lands, atrasar o oponente ou, mais importante ainda, fazer com que Grove of the Burnwillows seja inútil. Para um deck que geralmente morre para o combo (digo geralmente porque já ganhei bons jogos contra Punishing Fire activo), ter algo que interaja directamente com ele e previna que seja implementado é necessário. Sem grande custo para jogá-los e com tantos upsides, é uma óbvia adição ao deck.

Cryptic Command é a segunda melhor carta do deck, apenas o Merfolk Reejery a ultrapassa. Tenho visto listas com menos que quatro em maindeck e não posso crer que seja possível. É um erro jogar com menos de quatro Cryptics.

Coralhelm Commander é, geralmente, a pior carta do deck e, consequentemente, a que é cortada mais vezes no sideboard. Nos jogos pós-sideboard é normal que o adversário traga mais removal, o que torna o corte de um Leveler ainda mais simples. É, ainda assim, uma excelente carta e o único Merfolk capaz de ganhar o jogo sozinho.

Tectonic Edge como one-of é, mais uma vez, uma concessão ao formato. Visto jogarem com quatro Grove of the Burnwillows, eu jogo com cinco respostas. É a mesma filosofia do quinto (e até sexto) Jace no sideboard, em Standard. Além disso, vinte-e-três terrenos é um número muito mais confortável que vinte-e-dois, pessoalmente.

O único Deprive é por existir um espaço vazio após adicionados todos os componentes essenciais ao deck. É muito mais útil e versátil que qualquer outra carta que podia ser one-of, e por vezes crítica contra Wrath of God/Day of Judgment. Mas só quando não há Cryptic Command ou suficientes Cursecatchers.

O sideboard não é algo de que costumo falar, mas neste deck existem escolhas óbvias e incontornáveis.

4 Path to Exile
4 Spell Pierce
4 Mark of Asylum
2 Declaration of Naught
1 Negate

Great Sable Stag é uma opção comum para um sideboard verde e é portanto totalmente nulificado pelos 4 Path. São também utilizados contra outras criaturas problemáticas, como Chameleon Colossus (um 10/10 Islandwalker do outro lado da mesa mete um certo medo), Baneslayer Angel, Kitchen Finks ou Sower of Temptation.

Os Spell Pierce têm um principal propósito: impedir a Bitterblossom ao segundo turno. Estando a jogar ou a comprar, é certo que são um hard counter para essa carta. Não são, porém, inúteis contra outras matchups - Living End, Hive Mind e Five-Color Control são exemplos.

"Nice turn seven Cruel Ultimatum you got there."

Mark of Asylum é uma arma bastante incomum mas efectiva contra Volcanic Fallout e Punishing Fire. Quando a única coisa que nos podem fazer com Punishing Fire é tirar um de vida por cada Grove of the Burnwillows que têm, estamos bem. Habitualmente trago-os apenas contra UGR e Red Deck Wins.

Os três slots que se seguem podem ser modificados a gosto. Visto que tenho jogado Elder Dragon Highlander ultimamente, tenho um certo gostinho pela Declaration of Naught, inexplicável a outrém. É, no entanto, excelente contra combo - melhor, por exemplo, que Meddling Mage, que morre para Firespout ou Volcanic Fallout, ambas armas bastante presentes no sideboard de Living End e Hive Mind.

O Negate. Pronto. Com tudo o que escrevi aqui em cima, acho excusado explicar para que servirá.

E sabem o melhor? Ainda não vos disse o principal motivo porque Merfolk é o deck to play em New Extended.

Três palavrinhas:

Ganha a Fadas.

~dt

sábado, 26 de junho de 2010

Torneio MagicTuga - New Extended

Ler primeiro:
http://www.magictuga.com/topico.asp?topico=92606
http://www.magictuga.com/topico.asp?topico=93039

Juntamente com o torneio de Pauper - T2, iremos dar início ao primeiro torneio Liga Tuga Extended, já com as modificações previstas pela Wizards. O primeiro link explica estas modificações.

As inscrições podem ser efectuadas por e-mail (ligatuga@gmail.com) ou no tópico respectivo (segundo link) com o seguinte formato:

Nome:
Nick:
Deck Code:

Qualquer dúvida pode ser esclarecida no tópico adequeado, na secção de comentários do blog ou por e-mail, em ligatuga@gmail.com .


Inscrições fechadas

Torneio MagicTuga - Pauper T2

Ler primeiro:
http://www.magictuga.com/topico.asp?topico=91208
http://www.magictuga.com/topico.asp?topico=93037

Como já tínhamos anunciado, iremos efectuar um torneio de Pauper - T2, que irá dar inicio no dia 1 de Julho. As inscrições terminam no dia 30 de Junho às 23:59.

As regras para este formato estão explícitas no primeiro link.

As inscrições podem ser efectuadas por e-mail (ligatuga@gmail.com) ou no tópico respectivo (segundo link) com o seguinte formato:

Nome:
Nick:
Deck Code:

Qualquer dúvida pode ser esclarecida no tópico adequeado, na secção de comentários do blog ou por e-mail, em ligatuga@gmail.com .


Inscrições fechadas

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Mana Leak, take two

Para surpresa da comunidade Magic em geral, tanto blue como aggro mages, foi hoje confirmado o regresso de Mana Leak em M11. Parece que, por fim, o pêndulo volta ao azul, após dado o grande impulso à cor branca com cartas como Path to Exile, Oblivion Ring, Elspeth, Gideon, Wall of Omens... e Baneslayer Angel.

O que significa isto para Standard? Apenas que é tempo de largar os Cancel... mas não substituirá o Deprive.

O deck de Control do formato ganha aqui uma arma bem indispensável para o early-game. Se Oust já era opção contra os avanços rápidos, muitas vezes ajudados por uma certa Cobra ou Hierarca, Mana Leak trará um sinal STOP mais definitivo. É claramente melhor que um "tenta mais tarde". Entre a Mana Leak e a Elspeth são apenas dois land drops; a partir daí são Gideons, Jaces, Mind Springs e Martial Coups.

Blue-White ganha, com esta adição, dois muito bons Counterspells. Entre Mana Leak e Deprive, será realmente possível um deck ao estilo Draw-Go em Standard? Só falta card draw instantâneo... e Jace's Ingenuity está em M11. E eu "aposto" no retorno de Stroke of Genius a Standard.

Mas onde Mana Leak brilha mais não é em Standard, mas no novo formato de Extended. Um pseudo-hard counter fazia falta no formato, com a imediata rotação da Nona Edição. Mana Leak impede. Mana Leak atrasa. Mana Leak promove estratégia. Será uma estrela no formato onde Broken Ambitions é medíocre e Deprive serve apenas no late-game.

Estes são apenas alguns dos pensamentos que uma carta me provocou. M11 tem sido fascinante de acompanhar; espero só que não deixem a cor Preta de parte, como se tem verificado ultimamente. As cartas estão a subir de nível e é inevitável o tremendo impacto que este set irá ter em ambos Standard e Extended.


Até à próxima,

Pay 3 more mana.

~dt

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Novo Extended

Uns dias acordamos virados para a direita, outros para a esquerda. Alguns, mas poucos, até com os pés na cabeceira. Mais raro ainda é acordar com um telefonema de um fellow magic player, exaltado, exclamando as mudanças que Extended iria sofrer, o ban de Hypergenesis e Sword of the Meek e enumerando os sets que iriam rodar. Entre o acordar e aperceber-me do quão radical era este anúncio, só conseguia pensar que isto não podia vir em melhor altura, por dois motivos:

1- Vem aí uma Pro Tour de Extended e seria algo monótona se o formato fosse igual ao anterior.

2- A Wizards pensou pegar em Legacy e reformulá-la para OverExtended; terem pegado em Extended em vez de Legacy foi um alívio.

Após ter oportunidade de reflectir sobre este novo formato, eis os pontos em que me foquei mais:

1- Já não há Gifts Ungiven. *sadface*

2- Só quem vai jogar Extended na Pro Tour é que se deve preocupar com o formato actual. Visto os PTQs deste novo formato só chegarem a nós daqui a mais de três meses, já vamos contar apenas com Lorwyn e M10 forward.

3- O único deck que não sofre com a rotação (actual) é Living End. Não sofrer é relativo, visto ser óbvia a resurgência das Fadas. O metagame vai mudar drasticamente.

4- Fadas. A única coisa que impediu os jogadores de Faeries de jogar mais com as mesmas em T2 foi a rotação do bloco de Lorwyn. Com estas, vêm os decks do antigo T2 - Five-Color Control, Kithkin, Reveillark, BW, entre outros, bem como os decks do T2 actual - Jund sendo o mais óbvio. Poderão não ser competitivos, mas vão ser experimentados nesta fase inicial do formato, por isso há que ter tudo em conta.

(para uma review em análise das cartas importantes que irão sair de Extended, verifiquem este link)

Considerando tudo, estou bastante entusiasmado com as mudanças a Extended. Como a Wizards diz, justificando estas mudanças - Extended era um formato que os jogadores só se empenhavam quando era necessário, para grandes eventos. Ao contrário desse formato, este novo é uma extensão de T2, em que os jogadores que vêm desse formato podem investir menos e tirar mais proveito deste, para não falar que a ideia de que os decks e as cartas em que se investe duram muito mais até perder o seu valor.

Wizards, *thumbsup*.


~dt